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Notícias

24 de Junho de 2020

110 anos da classificação do Palácio da Brejoeira, em Monção, como Monumento Nacional

A classificação do Palácio da Brejoeira, como Monumento Nacional, foi feita pelo Decreto de 16 de junho de 1910, publicado no DG, n.º 136 , a 23 de junho do mesmo ano. Mas a história do Palácio começa um século antes.

Cerca de 1806, Luís Pereira Velho de Moscoso deu início à construção do Palácio da Brejoeira, na freguesia de São Cipriano de Pinheiros. Com um custo total de 400.000.000 de réis, então um valor elevadíssimo, pelo que esta construção só foi possível por os antepassados do seu fundador terem conseguido no comércio uma grande fortuna.

Edificado numa propriedade de Simão Pereira Velho de Moscoso, ao tempo conhecida pelo nome de Quinta do Vale da Rosa, o imóvel está classificado como Monumento Nacional.

Luís Pereira Velho de Moscoso casou com D. Luísa Maria Cleofe Pereira Caldas, filha de Luís Rodrigues Caldas, Cavaleiro Professo na Ordem de Cristo. Este, em virtude da compra que fizera ao Cardeal da Cunha, a quem incumbira decidir sobre todos os assuntos atinentes às paróquias dos extintos Mosteiros dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, entrou na posse do Mosteiro de São Salvador de Paderne aos 28 de Agosto de 1773.

Posteriormente, em 1825, Luís Pereira Velho de Moscoso e sua mulher viriam a adquirir o dito Mosteiro, juntamente com todos os seus edifícios, quinta, coutadas, pesqueiras, apresentações e mais pertenças e regalias a D. Catarina Rita Jorge Caldas, viúva de João Pereira Caldas, irmão de D. Luísa Maria.

Além da Brejoeira e do Couto de Paderne, os Velhos de Moscoso viriam a ampliar o seu património com outras propriedades situadas em diferentes zonas do país, tais como Lisboa, Sesimbra e Alenquer através de heranças provindas da Família Pereira Caldas, quer por morte dos pais de D. Luísa Maria, quer pela sua irmã e cunhado, D. Maria Angélica Ludgera Pereira Caldas e o desembargador António Rodrigues Caldas.

No início do século XX, o Palácio foi adquirido pelo Conselheiro Pedro Maria da Fonseca Araújo, que o renovou e alterou com o arquitecto Ventura Terra. Na década de 30, passaria a ser pertença de D. Hermínia de Oliveira Pais (1918-2015).

O Palácio da Brejoeira é também uma referência da produção do vinho Alvarinho.

No Arquivo Distrital de Viana do Castelo consta o fundo ARQUIVO DA FAMÍLIA VELHO DE MOSCOSO (CÓDIGO DE REFERÊNCIA – PT/ADVCT/AFPVMOSC ). Este fundo, que abarca um longo período, desde os fins do século XVII até aos últimos anos do século XIX, compõe-se fundamentalmente de documentação ligada às actividades económicas dos Caldas de Badim e dos Velhos de Moscoso, do Palácio da Brejoeira. É composto maioritariamente por títulos de propriedade.

Esta notícia foi publicada em 24 de Junho de 2020 e foi arquivada em: Documento em destaque, Geral.