16 de Fevereiro de 2023

Resumo da Mostra Documental – «Novos Paços do Concelho – Uma proposta de “revolução” urbana para a cidade de Viana do Castelo»

(Mostra documental, a propósito do 175.º aniversário de elevação de Viana do Castelo a cidade, patente ao público entre o dia 20 de janeiro até ao dia 17 de fevereiro de 2023)

Em meados do século XX o executivo da Câmara Municipal de Viana do Castelo, liderado pelo Dr. António de Sequeira Campos, concluiu ser necessário outro edifício para albergar os serviços camarários. Uma das primeiras propostas seria a Câmara Municipal passar para o edifício do Governo Civil e o Governo Civil e este para o edifício da Escola Técnica. Foram solicitados pareceres técnicos tendo sido decidido proceder ao estudo comparativo entre a possível adaptação aos Serviços dos edifícios anteriormente referidos ou a construção de uns novos Paços do Concelho.

É neste contexto que são apresentados anteprojetos em que se proponha, a propósito da construção dos Paços do Concelho, uma renovação urbana da cidade em dois eixos: numa primeira fase o edifício do Teatro Sá de Miranda, o atual passeio das mordomas (antiga rua Cândido dos Reis), rua de Santo António e a rua de Aveiro, em fases seguintes os anteprojetos passaram a ter como objeto de estudo o espaço entre a ponte velha, edifício do Governo Civil e mercado Municipal. Previa-se rasgar novas artérias e praças bem como a recolocação de serviços entre os quais a permuta de lugar para a construção do hotel Afonso III. Estes anteprojetos tiveram a intervenção de José Teiga Mano (Ag. Técnico de Engenharia); João António de Aguiar (arqº); João Andresen (Arqº); José Pulido Valente (arqº); Fernando João Gonçalves de Proença (Engº Civil).

O tempo foi passando, os protagonistas técnicos e políticos foram mudando, a dificuldade de escolha de um anteprojeto foi-se instalando. Estava em causa uma profunda alteração urbana, havia necessidade de se proceder a várias expropriações e as projeções é que qualquer uma das soluções acarretava elevados custos. As decisões foram sendo adiadas.

Em 1969, o edil de Viana do Castelo, Dr. Luís Monteverde da Cunha Lobo Júnior, propõe ao ministro das obras públicas a hipótese de “transferirem para o palácio dos Cunhas, onde atualmente se acha instalado o Governo Civil, os serviços camarários agora a funcionarem em edifícios de aluguer, ficando o Governo Civil de posse do palacete dos Barbosas Macieis, onde se encontra o Museu Municipal. Finalmente, para instalação do referido Museu, absolutamente carecido de mais amplas instalações, seria adquirido o Palácio dos Távoras, que parece reunir as condições julgadas indispensáveis.”.

Na verdade nenhum dos anteprojetos foi realizado, no entanto, algumas situações previstas neles viram a luz do dia. O Governo Civil, até à sua extinção em 2011, continuou no mesmo local, não foi construido um edifício novo para albergar os Paços do Concelho de Viana do Castelo, mas, por exemplo, o mercado municipal foi deslocalizado e nas traseiras do teatro Sá de Miranda foram rasgadas novas artérias e construída uma praça, a atual 1º de maio. Os Paços do Concelho, esses, foram instalados no palácio dos Távoras. Mas, esse é outro processo…

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Todas as imagens e desenhos são parte integrante do projeto de CONSTRUÇÃO DOS NOVOS PAÇOS DO CONCELHO DE VIANA DO CASTELO do fundo da Direção de Urbanização de Viana do Castelo 1940/1990 – CÓDIGO DE REFERÊNCIA – PT/ADVCT/DURBVCT/001/00981 – https://digitarq.advct.arquivos.pt/details?id=1051041